O teu tu visto do meu eu



Perfuras com a destreza das cores primárias.
Todas as subtilezas se calam perante o clamor cego do teu nome.


As palavras respiram ramificadas como brônquios,
Revelando a métrica desses versos envolventes,
que respondem pelo nome de braços.


Revejo-me na pele irrigada e porosa de um batráquio,
Nada filtrando, nada temendo.
 

Questiono o desejo de frente e não lhe conheço o rosto,
Não existem rimas nas arestas com que me intimas.
Parece que poucas sílabas separam o sangue e o sexo.
 

Os nossos diálogos giram como punhos cerrados.
Numa coreografia frenética,
movida pelas férteis roldanas do embaraço.

Tristes animálculos:  eu e tu
Que subindo degraus tão íngremes e agrestes,
Vamos perdendo o paladar quente dos arquétipos.  
Sumindo-nos do visível e do somático
Para conquistar o inodoro universo dos argumentos. 


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