O teu tu visto do meu eu
Perfuras com a destreza das cores primárias.
Todas as subtilezas se calam perante o clamor cego do teu
nome.
As palavras respiram ramificadas como brônquios,
Revelando a métrica desses versos envolventes,que respondem pelo nome de braços.
Revejo-me na pele irrigada e porosa de um batráquio,
Nada filtrando, nada temendo.
Questiono o desejo de frente e não lhe conheço o rosto,
Não existem rimas nas arestas com que me intimas. Parece que poucas sílabas separam o sangue e o sexo.
Os nossos diálogos giram como punhos cerrados.
Numa coreografia frenética,movida pelas férteis roldanas do embaraço.
Tristes animálculos: eu e tu
Que subindo degraus tão íngremes e agrestes,Vamos perdendo o paladar quente dos arquétipos.
Sumindo-nos do visível e do somático
Para conquistar o inodoro universo dos argumentos.
O teu tu visto do meu eu by Denise Pereira is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Unported License.
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