Neurose
Convido a inteligência a entrar.
Calço-a no conforto de pantufas acabadas de estrear.
Nenhum músculo é imune ao exercício, reitero.
É tudo uma questão de nutrição.
De substituir o biológico pelo sintético.
De enganar a neurologia com as promessas da química.
Confessa não ter medo das ideias.
Que no impulso repetitivo de um pensamento se altera toda uma biografia.
Pede-me um café e um docinho.
Ignora a vergonha e as regras da convivência salutar.
Lembro-me que até nos tratávamos por alcunhas,
mas é costume as palavras perderem a firmeza da forma quando as olhamos repetidamente.
Cultivamos a violência do atropelo.
A fermentação láctica na ausência total de movimento.
Assim se soletra com carinho o termo agorafobia.
Consumindo o desejo em mapeamento estratégico.
Nenhuma intimidade sobrevive na assépsia da razão.
A dissecação dos corpos será sempre o consolo último dos apátridas.
Neurose by Denise Pereira is licensed under a Creative Commons Attribution-NonCommercial-NoDerivs 3.0 Unported License.
Calço-a no conforto de pantufas acabadas de estrear.
Nenhum músculo é imune ao exercício, reitero.
É tudo uma questão de nutrição.
De substituir o biológico pelo sintético.
De enganar a neurologia com as promessas da química.
Confessa não ter medo das ideias.
Que no impulso repetitivo de um pensamento se altera toda uma biografia.
Pede-me um café e um docinho.
Ignora a vergonha e as regras da convivência salutar.
Lembro-me que até nos tratávamos por alcunhas,
mas é costume as palavras perderem a firmeza da forma quando as olhamos repetidamente.
Cultivamos a violência do atropelo.
A fermentação láctica na ausência total de movimento.
Assim se soletra com carinho o termo agorafobia.
Consumindo o desejo em mapeamento estratégico.
Nenhuma intimidade sobrevive na assépsia da razão.
A dissecação dos corpos será sempre o consolo último dos apátridas.
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